Um dos trechos mais interessantes da Bíblia, em minha opinião, é 1 Tessalonicenses 5.18:
“Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
Como assim, “em tudo, dai graças”?
Temos de ser gratos a Deus pela dor, a tristeza, o sofrimento, a solidão, a depressão, o desamor, o abandono, as tragédia, as heresias, a falsidade, a acusação, a traição… em tudo o que ocorre de pior em nossa vida? Sejamos francos: nós não sentimos vontade nenhuma de agradecer a Deus nessas horas, queremos mais é murmurar contra Ele,isso mostra o quanto somos fiéis e não merecemos é nada.
Mais o senhor é Bom e não temos como negar sua bondade, sua justiça e seu amor.Recentemente uma mãe evangélica,perdeu o filho de 23 anos atropelado e, ao receber a notícia de sua morte,comessou a gritar e culpar á Deus
- Deus Porque não livrou meu filho?Porque permitiu tamanha tragedia? Porque?Deus covarde!Tu és um abuso de poder! Como pode isso? Essa blasfêmia, esse ato impensável? Mas a verdade é que muitos não têm coragem de dizer isso quando vem a desgraça… mas que pensam, ah, pensam. Estou errado? Porque a verdade é que nós não conseguimos entender Deus deixar coisas ruins acontecerem em nossa vida. Com um ímpio vá lá, mas comigo?! Eu que sou tão obediente?! Vamos pensar um pouco sobre esse versículo. Mais ainda: vamos pensar um pouco sobre gratidão.
A chave do “em tudo dai graças”, para mim, vem alguns versículos antes: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para recebermos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5.9). O que isso significa? Façamos uma parábola: imagine que você está em um navio que naufraga. Você está ali, em alto-mar, nadando com suas últimas forças para sobreviver. Sente câibras, percebe que não há salvação para você: seu destino certo é a perdição, é afundar na escuridão do abismo submerso, ser devorado pelos peixes. De repente, desponta no horizonte uma luz. É um navio! O capitão da embarcação o viu de longe, desviou seu curso e, cheio de compaixão, partiu em sua direção. Quando você já está meio metro abaixo da superfície, ele lhe lança uma bóia. Você está salvo! Foi resgatado! Assim, você sobe a bordo, exausto, desgrenhado e rasgado – e recebe, sem que esperasse, o direito à vida.
Eu lhe perguntaria: qual seria diante dessa circunstância o seu sentimento pelo resto da vida para com aquele capitão? Provavelmente você diria algo como “eu seria eternamente grato a ele”. E diria com razão, porque o que ele fez foi algo que merece que você lhe seja agradecido pelo resto de seus dias. Ao chegar a bordo, exausto e encharcado, num primeiro momento, instintivamente, você pula no pescoço dele, o abraça com todas as poucas forças que ainda tem e repete em voz fraca: “Obrigado… obrigado… obrigado… obrigado…”. Não quer soltar a mão do bondoso capitão. Aquele homem renovou a esperança de vida para alguém que tinha a certeza da morte!
Você o ama! Promete ser um fiel amigo para o resto de seus dias a sentir gratidão por ele.
Você começa a desconfiar que o capitão te salvou apenas para ter mão-de-obra barata. Se junta aos tripulantes que falam mal dele. Murmura pelas costas. O acusa de injusto, de não ter amor por você por permitir que passe por aquela situação humilhante e dolorosa. Aquele capitão é um crápula. Chega a pensar em abandonar o barco na primeira oportunidade que tiver. Vida desgraçada, capitão maldito!
O que você não sabe é que o capitão sabe tudo o que você diz. Um dia ele se aproxima de você. Cheio de amor, fala: “Eu não o destinei para a ira, mas para receber a salvação por meio deste navio”. E então, diante daquelas palavras, parece que tudo faz sentido. Você percebe que a pilha de problemas – o desconforto, o trabalho, o enfado, a chateação, o sofrimento – era algo muito pequeno perto do que o capitão fez por você. Ele não precisava, não tinha obrigação nenhuma, mas lhe estendeu a mão e o recolheu da morte certa. E simplesmente porque ele quis. Não porque você merecesse. Tudo o que você estava fazendo era se debater na água. Ia afundar, era absolutamente certo. Mas ele veio. Parou. Te resgatou. Te abrigou. Te deu alimento. Te deu um lugar para repousar. Ali você teria aflições? Naturalmente! O navio era bem desconfortável. Mas aquele homem te deu vida, não seria motivo suficiente para ter bom ânimo?
Mais do que isso: não seria motivo mais do que suficiente para… em tudo dar graças?
Deus nos deu a salvação. É motivo suficiente para em tudo darmos graças. Para em todos os piores momentos da vida, quando nos sentimos os mártires do universo… agradecermos. “Obrigado, Senhor, porque estou passando pelo vale da sombra da morte. Mas, se tu não tivesses me resgatado, eu estaria morto. Afogado em meus pecados. Afundando rumo ao inferno”. Depois disso, tendo clareza dessa realidade, só nos resta dizer, em meio aos piores dos piores momentos da vida: “Deus… obrigado… obrigado… obrigado…”.
Gratidão. Que nunca nos esqueçamos disso. Deus nos deu a vida eterna. Gratidão é o mínimo que podemos dar em troca.
DEIXE SEU COMENTÁRIO |
Gratidão em ação de graças a Deus pois ele tem me dado forças e ideias para continuar escrevendo aqui e, quem sabe, ajudando uma vida, edificando outra, somando de algum modo.
Sou grato a Deus por me permitir, “ser um cano enferrujado por meio do qual corre a água da vida”. Sou grato a você por ter a paciência de ler minhas reflexões . Muito obrigado pelo seu carinho nessa caminhada internética e por vir me visitar de vez em quando aqui neste pequeno recinto virtual. Sinto-me profundamente honrada.
Gratidão. Por hoje é o que basta.